Trabalho de Pernada na Natação

Na natação de fundo, a pernada tem uma relevância menor do que nas provas de velocidade. Mas, não menos importante.

Negligenciar o trabalho de perna, pode comprometer bastante o resultado final.

Para os nadadores de provas em águas abertas, que acredito ser a maioria dos que me lêem, a pernada tem fator mais decisivo em algumas situações.

São elas:

  • Nos primeiros 200m de Prova ou até a virada da 1ª boia, instintivamente o atleta larga forte e acima de seu ritmo de prova. O que automaticamente aumenta sua frequência de pernadas.
  • Se a prova for em circuitos – várias boias – a cada virada de boia o atleta bate por vários segundos suas pernas fortemente para se reconectar ao grupo em que estava, ou para se afastar dos que estavam na sua cola , ou simplesmente para voltar ao ritmo que estava antes da boia. PS: hoje em dia, quase não existe mais travessias com largada num ponto e chegada em outro, onde se imprimia um “ritmo cruzeiro” e assim, ia até o final.
  • Quando o atleta tenta aumentar seu ritmo mesmo que seja em linha reta, o trabalho de pernas é o que dita sua cadência de braçadas, aumentando ou diminuindo.
  • No final da prova, após a última boia, tenta-se aumentar o ritmo e chegar o mais rápido possível na areia, e mais uma vez a pernada é intensificada. Inclusive, recomenda-se aumentar a batida de perna nos metros finais de uma travessia (nos moldes antigos, terminava na areia) ou de um triathlon, para aumentar o fluxo sanguíneo nas pernas e ativar a musculatura, pois em poucos minutos, são elas que vão trabalhar arduamente.

Sei que trabalho de perna, cansa, não sai do lugar, tem “pouca emoção”, mas sabemos que uma boa natação começa com uma boa pernada.

Na verdade, no treinamento de qualquer modalidade, temos que preparar a atleta para todas as situações e na natação não é diferente.

A pernada sem pranchinha, que usamos muito na praia, ajuda no ganho de equilíbrio e flutuabilidade, incrementa a trabalho de palmateio, melhorando a sensibilidade ao meio.

Já a pernada com pranchinha localiza o trabalho nas pernas, exigindo dos músculos um esforço redobrado.

Vemos que as duas situações são imprescindíveis no contexto do treinamento!!!

Parte técnica:

A pernada é feita com toda a perna, começando no quadril indo até o pé. O joelho se flexiona em função do movimento do quadril.

Os pés, não saem completamente da água, mas o calcanhar deve “beliscar” a superfície. PS: a eficiência da pernada vem da flexibilidade do tornozelo.

Boas braçadas e pernadas!!!