Cadência na Bike

Este é um assunto bem polêmico e de muitas variáveis. E, por muitas vezes sem uma conclusão, pois a realidade de cada atleta em cada situação determina o seu padrão.

Qual a melhor cadência e a mais eficiente?

Onde, quando e quem usar giro alto ou giro baixo, sempre foi um assunto para muita conversa.

Sigo acreditando que não existe o certo e o errado. Existe sim, atletas que se encaixam melhor num determinado padrão do que em outro.

Para os dois estilos, o atleta tem que estar bem treinado, para que suas pedaladas sejam eficientes.

Existem situações em que se precisa girar alto… 100 rpms, e em contrapartida, existem situações em que precisa-se de força para “esmagar” os pedais.

Sempre preconizei que precisamos treinar as duas situações. Enfrentar o vento contra em uma reta “sem fim” com cadência baixa, é suicídio. E, uma necessidade de andar mais rápido por um determinado tempo (reagindo a um ataque, por exemplo) com cadência alta, por mais de duas vezes, também assina o atestado de óbito.

Há vários anos surgem estudos e tendências que preconizam tipos e estilos diferentes de pedalar. No ciclismo puro, temos dois estilos opostos que se confrontam: o spinner (girador) e o smasher (socador). A época que esse assunto ficou mais em evidência, foi no período das grandes batalhas entre Lance Armstrong e Ian Ullrich. Dois exemplos clássicos e opostos.

Lance fazia seus TT com rpms acima 95, enquanto Ullrich rodava com pelo menos 20 rotações a menos.

Sem falar nas subidas, onde era nítida a diferença. Lógico que a tendência na época era de que o estilo “spinner” se sobrepusesse, pois Lance Armstrong vencia todas. Mas isso é outro assunto.

O que me leva a trazer esse assunto de volta é a importância de sabermos quando e porque usar tais variações.

A meu ver o ciclista completo tem que estar preparado para as duas situações; girar alto quando necessário e “carregar” na marcha quando preciso for.

Sabemos que uma baixa rotação, exige uma maior força muscular (fadiga periférica) enquanto o alto giro, sobrecarrega o sistema cardiorrespiratório.

No meu ponto de vista, o que devemos ter em mente é que força se ganha e perde com até 72 horas. Podemos ter um ganho significativo de força em 3 dias, mas também podemos ter a mesma % de perda, caso não se estimule a força. E, giro nas pernas se ganha no início dos trabalhos e consegue se manter por toda temporada.

Assim, podemos trabalhar o ganho de uma cadência alta e eficiente no início dos trabalhos e fazer a manutenção de força durante a temporada, dando ênfase a esse trabalho em determinados períodos do ano (pré competitivos ou coisa que o valha).

A literatura e as estatísticas, mostram que as cadências mais eficientes são aquelas que giram em torno de 80 rpm. Com uma pequena variação pra cima e pra baixo.

Vejo que, em distâncias menores, pode-se optar por marchas mais “pesadas” com cadências menores, e marchas menos carregadas com cadências mais altas em distâncias mais longas.

PS: as marchas são a alma do ciclismo. Aprendendo a usá-las, com certeza seu ciclismo será mais eficiente para os que almejam performance e prazeroso para os que buscam diversão em cima da magrela!!!